Em parceria com a CONIC, a CNBB prepara a Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) 2016, cujo conteúdo vai refletir sobre o ecumenismo e o meio ambiente.
A Igreja instituiu em 1964 a Campanha da Fraternidade, com abrangência nacional, tendo como principal objetivo evangelizar. Isso acontece em sintonia com o tempo da Quaresma e constitui espaço privilegiado de formação dentro da motivação proposta para cada ano.
A Campanha da Fraternidade de 2016 será ecumênica, ou seja, reunirá outras igrejas cristãs além da católica. Tal como nas três versões anteriores, a ação será coordenada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC).
Uma das maiores novidades para esta IV edição é que ela deverá transpor fronteiras nacionais, já que contará com a participação da Misereor – entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.
A motivação para as Campanhas da Fraternidade Ecumênicas fundamenta-se na compreensão de que, no centro da vivência ecumênica está a fé em Jesus Cristo. Isso se dá porque o movimento ecumênico está marcado pela ação e pelo desafio de construir uma Casa Comum (oikoumene) justa, sustentável e habitável para todos os seres vivos. Essa luta é profética, pois questiona as estruturas que causam e legitimam vários tipos de exclusão: econômica, ambiental, social, racial, étnica. São discriminações que fragilizam a dignidade de mulheres e homens.
É exatamente isso que acontece quando, neste ano, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) coloca outra vez à disposição do CONIC a Campanha da Fraternidade, seu mais conhecido projeto de evangelização.
Com esse espírito, no ano 2000, na virada do milênio e no contexto do Grande Jubileu, foi realizada a primeira Campanha da Fraternidade Ecumênica com o tema “Dignidade Humana e Paz” e com o lema “Novo Milênio sem Exclusões”. No ano de 2005, foi realizada a segunda Campanha da Fraternidade Ecumênica. O tema foi ”Solidariedade e Paz” e o lema: “Felizes os que promovem a paz”. A Campanha Ecumênica de 2010 provocou o debate sobre o papel da economia na sociedade. O tema foi “Economia e vida” e foi aprofundado com o lema bíblico “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro” (Mt 6,24c).
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24)
A Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) de 2016 apresenta o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade“ e tem como lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24). O objetivo principal é assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum.
Nesse tema e nesse lema, duas dimensões básicas para a subsistência da vida são abarcadas a um só tempo: o cuidado com a criação e a luta pela justiça, sobretudo dos países pobres e vulneráveis. Nessa Campanha da Fraternidade Ecumênica, queremos instaurar processos de diálogo que contribuam para a reflexão crítica dos modelos de desenvolvimento que têm orientado a política e a economia. Faremos essa reflexão a partir de um problema específico que afeta o meio ambiente e a vida de todos os seres vivos, que é a fragilidade e, em alguns lugares, a ausência dos serviços de saneamento básico em nosso país.
Histórico
A primeira Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) foi organizada no ano 2000, e teve como tema “Dignidade humana e paz”, e o lema escolhido foi: “Novo milênio sem exclusões”. A segunda edição, em 2005, falou sobre “Solidariedade e paz”, com o lema: “Felizes os que promovem a paz”. Em 2010, o tema versou sobre “Economia e Vida”, com o lema “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”.
O Cartaz da CFE 2016
A inspiração do autor para a criação do material que nortearás os trabalhos deste ano foi inspirado no Livro de Amós, capítulo cinco, versículo 24: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).
Anderson Augusto de Souza Pereira é o autor do cartaz da Campanha da Fraternidade 2016. De forma objetiva, Anderson conta como se inspirou para criar o material que norteará os trabalhos em 2016, tendo como tema o ecumenismo. Abaixo, as explicações sobre sua inspiração quando da criação do material que traduz em imagens o chamamento que a campanha requer que é o Cuidado da Casa Comum.
A arte do Cartaz
“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24)
Este foi o versículo que inspirou o processo de criação do cartaz dessa Campanha da Fraternidade Ecumênica.
Assumir a responsabilidade com a Casa Comum exige uma profunda mudança no estilo de vida e nos valores que orientam nossa ação. Nosso modelo de sociedade está baseado no consumo e na aparência. Para suprir essas necessidades, sacrificamos a Casa Comum, que é o espaço em que habitamos.
Nem sempre estamos atentos para atitudes simples, por exemplo, o descarte correto do lixo, ligar nossas casas às redes de esgoto, cuidar da água, entre outras. A falta desses cuidados fere a Criação, de forma que, no lugar de flores, jardins e frutos diversos vemos esgoto a céu aberto, rios poluídos e monoculturas. A diversidade da criação de Deus desaparece.
A terra alegre fica triste. No entanto, a fé em Jesus Cristo nos anima a assumirmos o cuidado com a Casa Comum como resposta ao amor incondicional que Deus oferece a cada um e cada uma de nós. Assumir esse compromisso reacende a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a justiça e o direito.
É isso que expressa o rosto da mulher em destaque no cartaz. Queremos que as mudanças dos paradigmas e valores que nos orientam nessa sociedade de consumo transformem o rio poluído em água cristalina e habitado por muitos peixes, a terra seca em uma terra renovada e abundante. Com essa transformação, poderemos dançar e celebrar a esperança de que o projeto da Casa Comum não terá fim, mas continuará por gerações e gerações.